terça-feira, 12 de outubro de 2010

PÉ DE MANJERICÃO

Entre vários textos encontrados ou escritos nada me chamou atenção, então decidi escrever sobre algo que escutei um dia desses...



- Qual a flor que lembra sua infância?

- As rosas, pois minha avó tinha uma roseira em seu quintal.



Frente a esta simples pergunta fiquei tentando buscar em minha memória, qual era a flor que lembrava a minha infância.



E não é que eram as rosas também, pois minha avó além de várias flores e plantas que haviam no seu quintal, haviam as rosas e são destas as quais mais me recordo. Como me lembro daqueles botões desabrochando e do cheiro daquelas lindas flores.



Daí lembrei que cheiro tinha a minha infância. E com certeza é de chocolate, pra ser mais exata de bolo de chocolate, claro daquele que somente minha mãe sabe fazer.

Nossa e como era bom, fim de tarde, aquele friozinho e o cheiro do bolo no ar. Lógico não eram desses de caixinha do qual nós fazemos hoje, é de outro tipo de bolo que estou falando... É daquele feito na minha infância, com um sabor especial.



Mas, voltando às flores me recordo também das flores de plástico, exatamente aquela cantada pelos Titãs, e realmente elas não morrem. E como demorou a eu entender o sentido dessa frase, a qual me acompanha até hoje.



As recordações retomadas foram a partir de um simples diálogo, infância, cheiros e canções. Coisas simples da vida e que fazem parte do nosso crescimento.



Penso que as crianças são como as flores, tem que ser cuidadas e amadas, assim como aquelas do quintal de nossas avós.



Falando de plantas e flores, um dia desses morreu meu pé de manjericão, fiquei tão triste, minha tia falou que com certeza foi olho gordo. Fiquei pensando, será?

Porém me lembrei de quanto me dediquei aos cuidados do meu pé de manjericão roxo.



Pois é, cuidei direitinho dele, plantei, replantei, adubei, passei inseticida, e reguei. Todo o dia, ficava observando seu crescimento, de como ele estava verdinho e fazia parte de algumas de minhas receitas culinárias.



Aí analisei onde foi meu erro, porque ele morreu. Pensei, acho que reguei demais, adubei demais, passei inseticida demais, ou seja, protegi demais meu pequeno pé de manjericão.



Então, cheguei a seguinte conclusão: pé de manjericão tem que ser cuidado assim como meus pais cuidaram de mim quando eu era criança. Sabe como?



Com liberdade e limites! Nem proteção demais nem proteção de menos...

Veio-me outra lembrança... Quando eu era criança íamos muitas vezes à praia, eu, minha irmã e meus pais. Nossa, e como era bom e o melhor me sentia livre, fazia o que queria, na minha hora, no meu tempo.



Pobre de mim, porque dias atrás ouvi minha mãe dizer que sempre estava de olho em mim quando estávamos na praia. Pois é, e eu achando que eu fazia o que eu queria.



No ínicio não gostei muito deste comentário, mas pensando melhor acho que é este exatamente o ponto: confie e deixe viver.



Ah, se eu tivesse feito assim com meu pé de manjericão roxo, talvez ele não tivesse morrido e tem gente que acha que é olho gordo, será?


Escrito por Daniela de Melo Julianetti
Psicóloga

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