sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

DIA NOVO

Hoje é a véspera do Natal, e comecei a relembrar agora o que escutei  neste fim de ano.
Andava percebendo que as pessoas nesta época ficam mais bonitas e alegres, não sei se é o verão, as férias ou se são as festas, porém não condiz com o que ando ouvindo.
Alguns falam de suas angústias de fim de ano, outros da sua solidão inconsolável.

Ouvi dizer que este Natal está sem graça, sem cor, é sempre a mesma coisa... minha família está desunida... é época das falsidades... de fingir que está tudo bem... porque tenho que comemorar o Natal se não sou Cristão?... quanta hipocrisia!...
É sempre assim: temos que fazer as compras de Natal, arrumar a casa para as festas e preparar a ceia, tudo conforme manda o figurino, não é? 

Mas, sabemos também que nem todo mundo faz parte desta realidade, sejam aqueles que não tem condições ou  que não tem outra opção, a não ser fazer o que a sociedade impõe.

Pode ser que seja cultural termos que comemorar, comprar e sermos felizes no ano que virá!
Ou pode ser também um ritual que temos que fazer para fechar o ano que passou. Cada um com suas crenças e valores.
Enfim, tudo isso realmente pesa! Deve ser por isso que cada vez mais as pessoas procuram ajuda.
E o que devolver após esta atenta escuta terapêutica? O que pontuar? O que intervir?
A resposta é facil: Simplesmente estar,  acolher, escutar. E será que estas respostas adiantam alguma coisa?
Responder com outra pergunta também é muito fácil.
Tenho outra conclusão, o falar é terapêutico, mas para quem falar toda esta verdade angustiante que assombra a cada dia, e vai acumulando conforme passam os meses, aí chega o fim do ano e a bomba explode, o copo enche, a última gota cai. Ficamos doentes, cegos e simplesmente continuamos sem ver sentido e seguindo, dançando conforme a música e esperando o circo pegar fogo!

Vejam só o quanto eu escutei e como isso me afetou direta e indiretamente, como pessoa, como profissional. E frente a isso só tenho a agradecer, pois me acrescentou ouvir tudo isso e também aumentou minha percepção para olhar para outros ângulos!
Por fim quero comentar sobre um pedido que me fizeram um dia desses:
- Sabe o que eu mais queria? UM DIA NOVO, pois tenho a consciência que ter um ano novo é muito, 365 dias novos é muita coisa, então eu queria um dia só, sem sofrimentos, sem queixas, sem magoas, sem rotina, e voltar a ser eu novamente!

Engraçado que eu ouvi isto o ano todo, claro que de formas diferentes, o interessante é que 365 dias novos é muito mesmo, mas porque não viver um de cada vez, agora não dá pra garantir que serão de paz e harmonia, o que dá pra garantir é que serão vividos, mas isto só se quisermos, porque para que isto seja fato é preciso estarmos verdadeiramente vivos.

Feliz Dia Novo!


Escrito por 
Daniela de Melo Julianetti
Psicóloga


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Saúde Mental por Rubem Alves

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.



Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.



Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.



Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.



Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito.



O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.



Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.



Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele.



Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.



Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou.



Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o rock pode ser tomado à vontade.



Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.



Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.

(Rubem Alves)


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

VIDA CORRIDA?

O FRASCO DE MAiONESE E CAFÉ


Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia
não são suficientes...Lembre-se do frasco
de maionese e do café.

Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num frasco de maionese e esvazia-o...tirou a maionese e encheu-o com bolas de golf.
A seguir perguntou aos alunos se o Frasco estava cheio. Os estudantes responderam sim.

Então o professor pega numa caixa cheia de pedrinhas e coloca-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.

Então...o professor pegou outra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime  "Sim !".
 
Em seguida o professor acrescentou 2 xícaras de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:

'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA
A VIDA'.
 
As bolas de golf são as coisas Importantes:
como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE.
 
São coisas, que mesmo que se perdessemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.

As pedrinhas são as outras coisas
que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é todo o resto,
as pequenas coisas.
 
'Se puséssemos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golf. 
 O mesmo acontece com a vida'.
 
Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade. 

Brinque, ensinando os seus filhos,
Arranje tempo para ir ao médico,
Namore e vá com a sua/seu namorado(a)/marido/mulher jantar fora,
Dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos.
 
Pratique o seu esporte ou hobbie favorito.
 Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro... 
 
Ocupe-se sempre das bolas de golf 1º, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.
 
Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...
 
Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.

O professor sorriu e disse:
"...o café é só para demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. "

  
 (Autor Desconhecido)
 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Transmita Energia!

O que a psicologia teria a ver com energia?
Partimos do princípio que a energia humana se modifica conforme o estado do físico, mental e emocional da pessoa.
Há quem não acredite nesta questão energética do ser, porém Energia psíquica é um conceito da Psicologia utilizado nos pensamentos e as emoções.



O tempo todo estamos sendo bombardeados por energias.

Talvez você não acredite na força que elas têm, mas vamos parar e pensar um pouquinho...


Não conseguimos ver as ondas de rádio, mas sabemos que existem, pois quando ligamos o aparelho o som está lá.


Não vemos o Raio X mas sabemos que ele existe. Se ficarmos expostos muito tempo numa sala com essa energia, ficaremos doentes.


Quantos tipos de energia que não vemos, mas sabemos que nos atingem para o bem ou para o mal?


Pois bem, existe uma energia chamada Amor.


Quantas vezes ligamos a televisão e vemos notícias catastróficas?

Quantas vezes xingamos nosso vizinho porque ele não segurou a porta do elevador?
Quantas vezes ficamos irritados com uma fechada no trânsito?


Tudo isso gera uma energia em nós que nos deixa mal.

Chegamos ao trabalho ou em casa bufando de raiva... Isso mesmo: raiva por tantas energias negativas que nos assolam todos os dias.

Podemos transformar essas energias com pensamentos positivos. 

A energia mais positiva que temos em nós é o amor. Se treinarmos essa energia que todos nós temos em abundância, teremos dias mais felizes.

Como fazer para praticar esse sentimento?


Abraçando as pessoas que você mais gosta, mas tem que ser um abraço verdadeiro, não aquele de lado como quem já está indo embora.



Dê um sorriso para as pessoas na rua. Muitas vezes elas nos olham e nem sabemos que ela passou por nós.


Quantas vezes queremos dizer: “Eu Amo Você” para os filhos, a esposa, a mãe e não dizemos?


Existem vários tipos de amor: Aquele que sentimos pelos pais, pelos filhos, pelo namorado(a), pelos animais, pelos amigos, etc...


Temos vergonha de dizer e de sentir esse amor, mas não temos vergonha de xingar alguém no trânsito!


Se praticarmos esse sentimento, perderemos a vergonha e receberemos energias que alimentarão nossa alma para enfrentarmos nossos dias agitados.


E poderemos melhorar o sentimento do mundo. Quanto mais energia soltarmos, mais teremos de volta esse amor.
 

Que tal começar hoje a melhorar sua vida?


(Autor Desconhecido)





terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para que serve uma relação?

Qual a serventia de uma vida a dois???

Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação: 
"uma relação tem que servir para tornar a vidados dois mais fácil e feliz".

Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom e merece ser desenvolvido.

Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça.

Todos fadados à frustração.


Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, para respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrira garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

(Drauzio Varella)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AGIR




O que a gente é, não está naquilo que a gente pensa ou fala,

Mas nas coisas que a gente faz:

Nada traduz melhor as nossas intenções do que as nossas ações.

Virtudes resultam de ações que promovem a vida e o bem-estar.

Defeitos resultam de ações que prejudicam a gente e os outros.

Agindo direito, você se torna direito.

Agindo mal, no próprio mal você se transforma.

Do jeito que você age, assim você é...

e só a sua consciência pode determinar a sua escolha

entre ser de um jeito ou de outro.



Grandes idéias denotam inteligência e sensibilidade.

Belos discursos demonstram brilhantismo e eloquência.

Mas somente ações concretas revelam a nossa competência.



Fazer o bem é melhor do que falar bem,

Como é melhor fazer antes e só falar depois que tiver concluído.

Muita prosa quase sempre corresponde a pouca obra.

E se você não possui uma boa razão para fazer algo,

Já tem uma ótima razão para deixar de fazer:

Não há nada mais inútil do que fazer muito bem

Algo que não precisa nem deve ser feito.



Falar é fácil e pouco compromisso exige de quem fala.

Converter palavras em ações é que é a questão,

Pois agir depende de trabalho, entusiasmo e energia.



Assim, é mais sensato não fazer, por livre escolha,

Do que viver falando o que deve ser feito e nunca agir.

Ou, pior, fazer sempre o contrário do que se fala.



Somente quando você pratica um pouquinho

De todas as boas coisas em que acredita,

De todas as grandes idéias que defende nas suas palavras,

Você ajuda a construir o mundo sobre o qual tem falado.



A sua omissão, demora ou adiamento em fazer a sua parte

- dentro do que você pode, quer e deve –

faz toda a diferença

para o presente e o futuro de toda a humanidade.



(Geraldo de Sousa)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PÉ DE MANJERICÃO

Entre vários textos encontrados ou escritos nada me chamou atenção, então decidi escrever sobre algo que escutei um dia desses...



- Qual a flor que lembra sua infância?

- As rosas, pois minha avó tinha uma roseira em seu quintal.



Frente a esta simples pergunta fiquei tentando buscar em minha memória, qual era a flor que lembrava a minha infância.



E não é que eram as rosas também, pois minha avó além de várias flores e plantas que haviam no seu quintal, haviam as rosas e são destas as quais mais me recordo. Como me lembro daqueles botões desabrochando e do cheiro daquelas lindas flores.



Daí lembrei que cheiro tinha a minha infância. E com certeza é de chocolate, pra ser mais exata de bolo de chocolate, claro daquele que somente minha mãe sabe fazer.

Nossa e como era bom, fim de tarde, aquele friozinho e o cheiro do bolo no ar. Lógico não eram desses de caixinha do qual nós fazemos hoje, é de outro tipo de bolo que estou falando... É daquele feito na minha infância, com um sabor especial.



Mas, voltando às flores me recordo também das flores de plástico, exatamente aquela cantada pelos Titãs, e realmente elas não morrem. E como demorou a eu entender o sentido dessa frase, a qual me acompanha até hoje.



As recordações retomadas foram a partir de um simples diálogo, infância, cheiros e canções. Coisas simples da vida e que fazem parte do nosso crescimento.



Penso que as crianças são como as flores, tem que ser cuidadas e amadas, assim como aquelas do quintal de nossas avós.



Falando de plantas e flores, um dia desses morreu meu pé de manjericão, fiquei tão triste, minha tia falou que com certeza foi olho gordo. Fiquei pensando, será?

Porém me lembrei de quanto me dediquei aos cuidados do meu pé de manjericão roxo.



Pois é, cuidei direitinho dele, plantei, replantei, adubei, passei inseticida, e reguei. Todo o dia, ficava observando seu crescimento, de como ele estava verdinho e fazia parte de algumas de minhas receitas culinárias.



Aí analisei onde foi meu erro, porque ele morreu. Pensei, acho que reguei demais, adubei demais, passei inseticida demais, ou seja, protegi demais meu pequeno pé de manjericão.



Então, cheguei a seguinte conclusão: pé de manjericão tem que ser cuidado assim como meus pais cuidaram de mim quando eu era criança. Sabe como?



Com liberdade e limites! Nem proteção demais nem proteção de menos...

Veio-me outra lembrança... Quando eu era criança íamos muitas vezes à praia, eu, minha irmã e meus pais. Nossa, e como era bom e o melhor me sentia livre, fazia o que queria, na minha hora, no meu tempo.



Pobre de mim, porque dias atrás ouvi minha mãe dizer que sempre estava de olho em mim quando estávamos na praia. Pois é, e eu achando que eu fazia o que eu queria.



No ínicio não gostei muito deste comentário, mas pensando melhor acho que é este exatamente o ponto: confie e deixe viver.



Ah, se eu tivesse feito assim com meu pé de manjericão roxo, talvez ele não tivesse morrido e tem gente que acha que é olho gordo, será?


Escrito por Daniela de Melo Julianetti
Psicóloga

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tese de Guerdjef

Esta é uma Tese de um pensador russo chamado Guerdjef, que no início do século passado
já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver.

Dizia ele: 
              "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente vale como principal".

Ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.

Dizem os "experts" em comportamento que, quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interior. 




 
1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

3) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso,consciente de que nem tudo depende de você.

4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa,no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

6) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos,o eterno mestre de cerimônias.

7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas..

8) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.


10) Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

11) Família não é você. Está junto de você. Compõe o seu mundo,mas não é a sua própria identidade.

12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.

13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.

14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

19) Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

20) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente:
Você é o que se fizer ser!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A ARTE DE NÃO ADOECER



SE NÃO QUISER ADOECER.....FALE DE SEUS SENTIMENTOS.

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos "segredos", nossos erros... O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente Terapia!



SE NÃO QUISER ADOECER......TOME DECISÕES.

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.




SE NÃO QUISER ADOECER......BUSQUE SOLUÇÕES.

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.



SE NÃO QUISER ADOECER......NÃO VIVA DE APARÊNCIAS.

Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar ser perfeito, bonzinho, etc., está acumulando toneladas de peso...uma estátua de bronze, mas com os pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital a dor.



SE NÃO QUISER ADOECER......ACEITE-SE.

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.



SE NÃO QUISER ADOECER....CONFIE.

Quem não confia não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus..



SE NÃO QUISER ADOECER.....NÃO VIVA SEMPRE TRISTE.

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". A alegria é saúde e terapia!





(Drauzio Varella)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) Mania ou obsessão?

Até que ponto as manias podem ser consideradas obsessões?

O TOC faz parte da rotina de muita gente sem que elas se dêem conta!

Contar número das placas do carro, só dormir com a porta do armário fechada, contar degraus de escada ou só entrar em algum lugar com o pé direito. Afinal, todas essas coisas são apenas manias corriqueiras ou podem ser classificadas como doença?


O TOC (transtorno obsessivo compulsivo) é um transtorno psiquiátrico, classificado pelo excesso de ansiedade e manifestado através de obsessões (idéias e pensamentos persistentes) e de compulsões (atos repetitivos e desagradáveis que procuram afastar obsessões).


Com relação às sensações ruins que a pessoas que possuem TOC sentem, o mais indicado é procurar um diagnóstico indicado por um profissional especializado. O tratamento é sempre individual e acompanhado por psiquiatras, psicólogos e com auxilio de medicamentos inibidores da serotonina como a fluoxetina, sertralina e paroxetina na maioria dos casos.

A doença pode ter início na juventude e durar a vida toda se não for realizado o tratamento correto. Os sintomas desta doença muito comum são considerados, até mesmo pelos portadores, absurdos e ilógicos e, portanto, de tanto se martirizar a pessoa afetada cria rituais para afastar esses maus pensamentos, achando que desta maneira eles irão sumir. Acontece que ao colocar em prática esses rituais viciantes o doente fica ansioso. Esta mistura de sentimentos ruins causa uma profunda angústia e diminuição da auto-estima e, em alguns casos, pode levar a depressão.

Porém, nem tudo é considerado TOC. Se os rituais atrapalham sua rotina, então temos um problema. Agora, se não atrapalham não tem problema algum. Todo mundo tem manias, mas não necessariamente todo mundo tem TOC. Enquanto elas não forem obsessivo-compulsivas não tem problema algum a pessoa ter. Mas, quando a idéia passa a perseguir a pessoa, então é importante ficar atento e procurar ajuda especializada.

Temos que nos atentar porque muitas vezes a doença não é percebida pelas pessoas ao redor porque as obsessões aparecem apenas mentalmente e não são observáveis. Todas elas, perceptíveis ou não, tem a mesma função: reduzir a aflição associada a um pensamento.


Dicas sobre o que é ou não considerado TOC:

Apenas mania:

- Preocupações

- Dúvidas

- Crenças supersticiosas

- Organizar armários

- Comprar uma mesma marca sempre

- Levantar com o pé direito


São considerados TOCs:

- Lavar as mãos, a ponto de se machucar ou torná-las avermelhadas e inflamadas

- Contar certos objetos sem parar

- Verificar ou controlar algo incansavelmente

- Repetições ou confirmações

- Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento de qualquer coisa

- Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo)


Os TOCs mentais são:

- Rezar demasiadamente, repetir palavras, frases, números

- Tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos, repetir palavras especiais ou frases

- Relembrar cenas ou imagens, fazer listas, marcar datas para tudo

- Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários

- Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação

- Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento

- Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas

- Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis, imorais e impróprios relacionados a sexo

- Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar demasiadamente e sem necessidade

- Preocupações com doenças ou com o corpo


Indicação de filmes que trazem relatos sobre o TOC :

- Melhor é impossivel

- O Aviador

- Eterno Amor

- Monk

- Elektra


Fique atento com sua postura diante ao mundo e os pensamentos que cercam a sua cabeça e rotina.
Caso eles estejam descritos acima como compulsão, procure uma orientação de um profissional o mais rápido possível. De resto, é até interessante quando levantamos com o pé direito ou quando passamos o tempo fazendo cálculos malucos sem que eles possam atrapalhar o nosso dia-a-dia!


Daniela de Melo Julianetti
Psicóloga
http://www.psicologiaplenum.com.br/





quinta-feira, 16 de setembro de 2010

TIMIDEZ

Afinal, o que é Timidez?

Timidez não é transtorno mental porque não se encaixa em certos critérios e, por isso, não figura nos códigos da Classificação Internacional de Doenças - 10a. Edição (CID-10) da Organização Mundial de Saúde, e nem no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 4a. Edição (DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria. Esses critérios envolvem o sofrimento ou a incapacitação presentes ou o risco de agravamento.

Se Timidez não é transtorno, o que ela é então?

Há duas maneiras de se explicar o que é Timidez. A primeira, usada pelo senso-comum, é pela descrição dos sinais e sintomas que se destacam na pessoa. A segunda, pelo que se passa dentro da pessoa portadora de Timidez.

Pelo senso comum, a Timidez é um padrão de comportamento caracterizado pela inibição em certas situações, podendo ser acompanhado de algumas alterações fisiológicas, como aceleração da respiração e dos batimentos cardíacos. Em outras palavras, é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime (ou exprime pouco) os pensamentos e sentimentos, e não interage ativamente. Esta maneira de explicar a Timidez é também usada em várias abordagens da psicologia e de psicoterapia.

A outra maneira de explicar o que é Timidez, é descrever o que se passa dentro da pessoa. Embora esta seja uma área complexa, como são todos os processos psicológicos, alguns pontos se destacam.

- Reconhecimento da dificuldade em interagir com as pessoas ou em situações sociais.

- Anseio de mudar, ou seja, o anseio de liberdade.

- Presença de desacordos internos. Ao lado do anseio existem barreiras que impedem a livre expressão de pensamentos, sentimentos, emoções. Dependendo do peso relativo do anseio e das barreiras, a dificuldade é maior ou menor, restrita a certas situações ou extensiva a muitas.

- A dificuldade não gera grande sofrimento e tampouco compromete de forma significativa a realização pessoal.

- Presença de sentimentos e emoções que se exprimem intensamente em fantasias. Uma vez que os sentimentos não são expressos integralmente na vida real, tal represamento faz com que as fantasias se tornem muito mais intensas e freqüentes. Nas fantasias as barreiras não existem.

Desacordos internos, forças antagônicas como essas (anseio e barreiras), geram sensação de ameaça, de perigo, chamada ansiedade. A ansiedade se exterioriza de diversas maneiras, dependendo de particularidades dessas forças - uma das expressões, como no caso da Timidez, é inibir, bloquear os canais de comunicação. Ou seja, em certas situações, as barreiras superam o anseio ou convivem com ele lado-a-lado.

Esses processos internos têm vários tipos de explicações pormenorizadas, segundo a Teoria da Personalidade que se adota. Cada Teoria da Personalidade procura explicar a formação das características das pessoas, as razões que levam o ser humano a ser deste ou daquele jeito. Desvios nesse desenvolvimento causariam problemas ao indivíduo. A Timidez, um desses desvios, pode ser explicada de diferentes maneiras, dependendo da teoria que se adote. As informações dadas aqui não se baseiam em nenhuma dessas teorias, mas contêm elementos de várias.

De qualquer forma, seja pela visão do senso comum, seja pela visão do processo interno da pessoa, a Timidez não compromete de forma significativa a realização pessoal, mas exprime um empobrecimento na qualidade de vida. Isso pode ser notado em situações sociais diversas. Exemplos: dificuldades, mas não impossibilidade, em participar de atividades em grupo, de praticar esportes coletivos, para falar em público, para fazer uma pergunta em sala de aula, ao abordar alguém para namoro ou relação íntima, em escrever o que pensa, ao falar com alguém em posição de autoridade, para divertir-se em público, e assim po diante.

Causas da Timidez

As causas da timidez são múltiplas. Entretanto, excetuando-se possíveis fatores genéticos, pode-se dizer que a Timidez resulta de um processo. Esse processo pode ser explicado de diversas formas, dependendo da corrente psicológica que o profissional segue. E cada corrente enfatiza um conjunto de fatores ou causas para se desenvolver a Timidez ou qualquer outro problema psicológico.

Uma vez que é impossível alinhar todas essas correntes da psicologia e então explicar como cada uma descreve os processos psicológicos. E dessa forma, alinha algumas causas, como:

Pai ou um dos pais porta Timidez - A percepção depreciada de si mesmo o faz depreciar ou não confiar no filho(a).

Pais ou um dos pais muito agressivo - Isso faz com que o filho tenha uma visão dos outros como potencialmente hostís.

Experiências de humilhações silenciosas ou públicas - Isso corrói o "eu" ou produz distorções no "eu" que está se desenvolvendo.

Familiares críticos - Algumas famílias têm uma cultura muito crítica. Essa postura pode ser velada ou aberta, direta (dirigida para dentro dela mesma) ou indireta (críticas dirigidas a pessoas de fora).

Problemas familiares que causem vergonha - É comum as crianças ou adolescente sentirem-se envergonhados durante um processo de separação dos pais, por exemplo. Isso pode ser superado em pouco tempo ou pode permanecer como uma forma de auto-depreciação. Problemas familiares de outra natureza podem também causar esse dano.

Famílias afetivamente frias - Famílias que não exprimem os sentimentos ou os exprime muito pouco, principalmente os sentimentos de carinho e alegria pelas realizações de alguém do grupo. Elas podem contribuir indiretamente para a Timidez, na medida que isso não ajuda a desenvolver uma percepção pessoal de capacidade de realização, de competência, de ser capaz de ser amado, de ser estimado, de ser respeitado pelos outros.

Experiências como essas desenvolvem percepções do "eu" como sendo frágil e sujeito a crítica dos outros.

A evolução da Timidez á favorável. Mais de noventa por cento das pessoas se consideram tímidas ou já foram tímidas ou apresentaram episódios de Timidez em algumas ocasiões da vida. Pouco mais de quarenta por cento das pessoas se consideram tímidas, aí incluídos os três graus, leve, moderada e severa. Portanto, mais da metade superaram a Timidez.

A Timidez é mais comum na adolescência, principalmente no início. Por volta dos vinte anos a maioria dos adolescentes já superou esta dificuldade ou a reduziu substancialmente. Ao que parce não existe correlação entre Timidez na infância e na adolescência. A criança pode apresentar Timidez leve, e na adolescência o quadro mostrar-se severo. Por outro lado, os portadores de Fobia Social em geral apresentam uma história de Timidez na infância.

Tratamento da Timidez

A forma mais indicada e rápida de superar a Timidez é com a ajuda de um profissional. No Brasil, profissionais das áreas da psicologia e psiquiatria, particularmente os que se dedicam à psicoterapia, estão melhor aparelhados para proporcionar essa ajuda.

Um processo psicológico pode ser modificado desde que introduzidas determinadas variáveis na vida do indivíduo. Os terapeutas são preparados para introduzir essas variáveis.

As psicoterapias se aplicam a qualquer transtorno da ansiedade, mas certos terapeutas se dedicam mais a algumas delas, como é o caso da área da Timidez e das fobias. Existem dezenas de abordagens, mas poucas estão baseadas em modelos teóricos e/ou experimentais consistentes.



fonte: http://www.timidez-ansiedade.com/

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PSICOLOGIA POSITIVA E RESILIÊNCIA

A PSICOLOGIA POSITIVA

Durante todo o ano de 1998, Martin Seligman, na condição de presidente da American Psychological Association, escreveu artigos mensais que focalizavam a necessidade de mudança no foco das contribuições da Psicologia, ainda centrado numa prática historicamente orientada para a compreensão e tratamento de patologias. Segundo esse importante pesquisador, a ciência psicológica tem "esquecido" ou negligenciado a sua mais importante missão: a de construir uma visão de ser humano com ênfase em aspectos "virtuosos".

Nesta ótica, o movimento intitulado Psicologia Positiva e é definido como uma "tentativa de levar os psicólogos contemporâneos a adotarem uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas". Tendo em vista esta perspectiva, a ciência psicológica busca transformar velhas questões em novas possibilidades de compreensão de fenômenos psicológicos como felicidade, otimismo, altruísmo, esperança, alegria, satisfação e outros temas humanos, tão importantes para a pesquisa quanto depressão, ansiedade, angústia e agressividade.

Trata-se, portanto, de uma psicologia que almeja antes de tudo romper com o viés "negativo" e reducionista de algumas tradições epistemológicas que têm adotado o ceticismo diante de expressões salutogênicas de indivíduos, grupos ou comunidades. Entretanto, postular uma ciência que focalize potencialidades e qualidades humanas exige tanto esforço, reflexão e seriedade conceitual, teórica e metodológica quanto o estudo de distúrbios e desordens humanas. Na esteira destas iniciativas, alguns fenômenos indicativos de "vida saudável" têm sido referidos como sistemas de adaptação ao longo do desenvolvimento, dentre os quais destaco a resiliência.


O CONCEITO DE RESILIÊNCIA
Resiliência é freqüentemente referida por processos que explicam a "superação" de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações. Por tratar-se de um conceito relativamente novo no campo da Psicologia, a resiliência vem sendo bastante discutida do ponto de vista teórico e metodológico pela comunidade científica. Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenômeno comum e presente no desenvolvimento de qualquer ser humano, e outros enfatizam a necessidade de cautela no uso "naturalizado" do termo .

Na língua portuguesa, a palavra resiliência, aplicada às ciências sociais e humanas, vem sendo utilizada há poucos anos. Neste sentido, seu uso no Brasil ainda se restringe a um grupo bastante limitado de pessoas de alguns círculos acadêmicos. Muitos profissionais da área da Psicologia, da Sociologia ou da Educação nunca tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso formal ou informal, bem como sua aplicação em qualquer das áreas da ciência. Por outro lado, profissionais das áreas da Engenharia, Ecologia e Física, e até mesmo da Odontologia, revelam certa familiaridade com a palavra, quando ela se refere à resistência de materiais.

Nos diferentes países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, a palavra resiliência vem sendo utilizada com freqüência, não só por profissionais das ciências sociais e humanas, mas também em referências da mídia a pessoas, lugares, ações e coisas em geral. Uma pesquisadora canadense (Martineau, 1999) cita, em seu importante trabalho de doutorado sobre resiliência, alguns exemplos das contradições deste uso coloquial, quando pessoas famosas são consideradas "resilientes" pela mídia tanto por tolerarem como por terminarem seus casamentos. Pessoas ou coisas (desde pneus de carros até cremes para a pele) que tanto resistem como provocam mudanças também são descritas como "resilientes" nos comerciais de jornais ou TV. Em diálogos informais, as pessoas classificam-se como "resilientes" ou "não resilientes", o que sugere uma "objetificação" ou "coisificação" do conceito.

Não obstante, no Brasil, a palavra resiliência e seus significados ainda permanecem como "ilustres desconhecidos" para a grande maioria das pessoas, enquanto nos países mencionados acima o termo é inclusive muito utilizado para referendar e direcionar programas políticos de ação social e educacional, o que aqui (talvez felizmente...) ainda parece estar longe de acontecer.

Para melhor exemplificar a diferença cultural nas prioridades de significado da palavra resiliência nas línguas portuguesa e inglesa, recorreu-se a dicionários atualizados. O dicionário de língua portuguesa de autoria de Ferreira (1999), conhecido como Novo Aurélio, diz que, na Física, resiliência "é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica". No sentido figurado, o mesmo dicionário aponta o termo como "resistência ao choque". O dicionário de língua inglesa Longman Dictionary of Contemporary English (1995) oferece duas definições de resiliência, sendo a primeira: "habilidade de voltar rapidamente para o seu usual estado de saúde ou de espírito depois de passar por doenças, dificuldades etc.: resiliência de caráter". A segunda explicação para o termo encontrada no mesmo dicionário afirma que resiliência "é a habilidade de uma substância retornar à sua forma original quando a pressão é removida: flexibilidade".

Como se pode ver, os dois dicionários apontam para conceituações semelhantes e ao mesmo tempo divergentes, pois no dicionário de português a referência é feita apenas à resiliência de materiais, e mesmo no sentido figurado, nada é especificamente claro para a compreensão do que seja a resiliência quando se trata de pessoas. Já o dicionário de inglês confirma a prioridade ou maior familiaridade para o uso do termo em fenômenos humanos, apontando em primeiro plano a definição neste sentido.

Acesse o artigo na integra:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722003000300010&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

AFINIDADE

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.

Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples
e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com.

Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.

É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.

Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Só entra em relação rica e saudável com o outro,
quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,
não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.

E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.
Isso é afinidade.
Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita
o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.
Questionamento de não afins, eis a guerra.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.
Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,
por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,
veremos ou falaremos.

Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem
para buscar sintomas com pessoas distantes,
com amigos a quem não vemos, com amores latentes,
com irmãos do não vivido?

A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas
nem pelas pessoas que as tem.
Por prescindir do tempo e ser a ele superior,
a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades
ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,
para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.

Sensível é a afinidade.

É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,
porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.


Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir o clima afetivo de antes,
é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.

Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.

A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,
plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,
é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas.


Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.

Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.

E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,
a expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida do eu individual aprimorado.

(Arthur da Távola)


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Grupo de Orientação em Saúde Sexual

Grupo de Orientação em Saúde Sexual

Sexualidade e Qualidade de vida


Como está sua sexualidade?

 
Objetivo: O grupo tem como propósito orientar e informar sobre sexualidade e saúde para o público feminino.

 
Data: 2, 9, 16, 23 e 30 de Setembro de 2010

 
Horário: 19h às 21hs Carga Horária: 10 horas

 
Local: R: Serra de Juréa, 44-Tatuapé-Prox.Praça Silvio Romero

 
Apresentação:        Daniela de Melo Julianetti
 CRP. 06/90698

Valéria Cristina Fidélis
CRP. 06/45.571-5

 

Investimento: R$ 200,00 à vista ou 2 x R$110,00
Matrícula: R$ 30,00 
Incluindo: coffee-breaks, informativos e certificado.


Conteúdo:

1. Aprender a se (re)descobrir, percebendo a importância da sexualidade e de estar bonita, sensual, segura de si; 

 
2. Através das dinâmicas desenvolver: comunicação entre os parceiros, autoanálise, expressão corporal, artes sensuais e técnicas: olhar, falar, postura, pompoarismo e sensualidade;

3. Orientações para manter seu relacionamento agradável e não deixá-lo entrar na rotina;

 
4. Conhecer o próprio corpo e o do parceiro;


5. Abordagem existencial sobre a sexualidade feminina;


6. Disfunções sexuais;


7. Autoestima e autoconfiança (Melhorar a autoestima para despertar a criatividade, o gosto pelo sexo (amor), pelo toque e carícia);


8. Depoimentos e debates sobre filmes;


9. Recomendações de livros.


Inscrições pelo site: